Nos últimos tempos temos testemunhado o surgimento de sindicatos para representar categorias específicas de trabalhadores. Esse movimento surgiu da necessidade de trabalhadores debaterem entre si, dentro de suas próprias categorias, assuntos afetos as suas atividades laborais.
O Paraná é pioneiro nesse tema. O Sindicato dos Peritos Oficiais, SINPOAPAR, já existe há mais de uma década. Esse sindicato, por ser especifico, atuando com foco específico na carreira de Perito já obteve inúmeros benefícios, inclusive lograram êxito em aprovar lei que regulamenta suas atividades bem como a carreira do Perito Oficial da Polícia Científica do estado do Paraná.
Os Escrivães de Polícia Civil também fundaram seu sindicato há mais de 6 anos. O mesmo fizeram os Delegados de Polícia do estado Paraná.
Os papiloscospistas seguiram a mesma orientação, querem fazer debates e deliberar eles mesmos sobre sua carreira e suas atividades.
Caro Investigador, você ousaria palpitar sobre as atividades dos papiloscopistas? Certamente dirá não, pois só quem conhece e atua naquela atividade pode opinar e deliberar sobre os melhoramentos necessários ao bom desenvolvimento dos serviços e o melhor tratamento a se dar àqueles profissionais. Assim é com as atividades do Escrivão de Polícia, do Delegado de Polícia e, claro, com os Investigadores de Polícia, que atualmente são a categoria de servidores mais maltratada da Polícia Civil, sujeita a desvios de função em caráter permanente, assédio moral, as piores condições de trabalho entre todas as categorias da PCPR, as escalas de serviço mais abusivas, sobretudo no interior do Estado.
Quem é que pode falar por nós, além de nós mesmos? Quem é que sabe onde o calo nos aperta, além de nós mesmos?
Os Investigadores do espírito santo, da Bahia, de são Paulo, já fundaram sua agremiação especifica para atuar em defesa de sua categoria.
“O Presidente do Sindicato dos Investigadores da Bahia, Arivaldo Alves dos Santos, em seu discurso por ocasião da fundação daquela representação disse:
“Os Delegados de Polícia criaram o seu sindicato e passaram a fazer reivindicações salariais direcionadas exclusivamente para eles, obtendo assim uma grande valorização nos vencimentos...”
As reclamações são sempre as mesmas. Os governos têm dado tratamento desigual a servidores dentro da mesma instituição. No Paraná, a diferença salarial de um Investigador e um Delegado em início de carreira é de 350%.
Vale lembrar que no Paraná a exigência de escolaridade para a carreira de Investigador de Polícia é a MESMA exigida para os Delegados.
O que leva o Governo do Paraná a proporcionar esse tratamento tão desigual entre Delegados e Investigadores, dando remuneração generosa aos primeiros e relegando os segundos a um vencimento 350% menor e péssimas condições de trabalho?
A resposta é uma: estamos enfraquecidos, pifiamente representados por sindicatos ecléticos, genéricos. Estamos perdendo espaço.
Com medo do avanço da especificidade na representação, os sindicatos “genéricos” tentaram judicializar o tema, o que acabou sendo benéfico para os sindicatos específicos, pois a Justiça em inúmeros julgados, já assentou jurisprudência favorável à especificidade, para o dissabor dos ecléticos, que na maioria das vezes não consegue estabelecer comunicação eficiente com os servidores de cada categoria que “representa”.
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