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Aqui no Paraná é assim... Só entra pagando. E bem!

Aqui no Paraná é assim...  Só entra pagando. E bem!

29/01/2014

Empresária denuncia que pagou R$ 500 mil de propina para irmão de Beto Richa Secretário de Logística do Paraná e irmão do governador tucano Beto Richa, Pepe Richa é acusado pela empresária Ana Aquino, de ter recebido meio milhão de reais para facilitar entrada da empresa dela no Estado, através de um negócio milionário com a montadora Renault do Brasil; negócio não deu certo, mas ela garante que dinheiro foi pago ao irmão de Richa; empresária é personagem da semana da capa da revista Istoé; além da denúncia contra a cúpula do governo paranaense, ela também diz ter pago propina a Carlos Lupi.

Após matéria da revista IstoÉ revelando o pagamento de propina na ordem de R$ 200 mil ao ex-ministro do trabalho Carlos Lupi no esquema de criação de sindicatos, a empresária mineira Ana Cristina Aquino agora também faz outra revelação: Segundo ela, o secretário de logística do Paraná, Pepe Richa, irmão do governador Beto Richa, teria recebido uma propina na ordem de R$ 500 mil para facilitar a entrada da empresa no estado.
De acordo com o depoimento da empresária, a negociação era intermediada pelo advogado João Graça, do PDT, que chegou a ser cotado na vaga de suplente da senadora e ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT) em 2010. Ana Aquino diz que, João Graça se aproximou do poder no Paraná após comandar a Superintendência Regional do Trabalho, entre os anos de 2007 e 2009.
Já no segundo semestre de 2012, afirma a empresária, o advogado marcou uma reunião entre ela e Amaury Escudero: O objetivo do encontro era arquitetar como agiriam em grupo para viabilizar um negócio com a Renaut – cujo qual tem fábrica na cidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Durante o encontro, ficou decidido que o secretário Pepe Richa e Escudero pressionariam a montadora para contratar a transportadora de Ana, usando como o instrumento de barganha uma série de isenções ficais concedidas pelo governo a montadora nos últimos anos. Entretanto esse apoio custaria alto. “Eu perguntei ao Amaury (Escudero): ‘O que o senhor ganha com isso? O senhor vai me botar na Renaut de graça, do nada?’ Ele então falou que eles ficariam com 20% da empresa. Mas que colocaria o nome do advogado João Graça. Seriam 10% de um e 10% de outro”afirmou Ana Aquino em entrevista à revista ISTOÉ que divulgou o esquema.
Um documento da Junta Comercial referente à empresa AGX Log – criada também por ela – mostra que João Graça tornou-se dono de 20% das cotas em julho de 2012. O advogado por sua vez apresentou duas versões para o fato. Primeiro ele disse que nunca foi sócio de Ana Cristina Aquino e nem sequer conhecia a empresária. Confrontado com os registros oficiais, acabou admitindo a sociedade. Graça oficializou sua saída em agosto passado, após desentendimento com Ana. João foi procurado pela reportagem da revista ISTOÉ na última quinta-feira (23), porém informou à revista que não iria se manifestar sobre as denúncias, até ter conhecimento sobre o teor das escutas – Neste sábado, o Diário do Estado também tentou entrar em contato com o advogado, porém não houve retorno. Na sexta (24), a revista ISTOÉ publicou que Escudero se defendeu das acusações dizendo que elas são falsas e que jamais houve as citadas reuniões com a empresária. Ele ainda afirma que todos que visitam seu gabinete são registrados e que isso pode comprovar que ela estaria mentindo. “Não posso aceitar ser objetivo de um jogo político que nem sei qual é. Essa pessoa não tem a credibilidade para me acusar”, afirmou Escudero.

Outra faceta do negócio foi revelada em depoimento da empresária. Em troca de apoio para que o grupo AG Log ingressasse no Paraná e conseguisse o contrato com a Renault, o irmão do governador também teria recebido propina. "Pepe Richa recebeu R$ 500 mil. Não foi da minha mão, foi da mão da Suzana Leite, uma lobista. O Gabardo (Sérgio) me entregou o dinheiro para que eu levasse ao Paraná. Dei o dinheiro para ela e fiquei dentro do carro aguardando", diz. A entrega teria acontecido na semana anterior à inauguração da sede da AGX Log no estado, em 11 de abril de 2013. De acordo com Ana, Pepe estaria envolvido tão profundamente com os negócios da transportadora que chegou a emprestar o seu nome para figurar no convite da festa de inauguração, com o pretexto de fazer uma palestra, e ainda se encarregou de distribuí-los a aliados políticos. “Como ele estava ganhando, deu essa ajuda porque eu não era conhecida. Não levaria os políticos para o evento” reportou. Suzana Leite em sua defesa por sua vez disse que as acusações não têm fundamento. O secretário Pepe Richa classificou as denúncias de Ana Cristina Aquino como “infundadas, caluniosas e irresponsáveis”Ele ainda concluiu dizendo que a AG Log não é prestadora de serviços da Renault no Paraná.
Encontro no segundo semestre de 2012 decidiu que Pepe Richa pressionaria a montadora para contratar a transportadora de Ana Cristina.

Em um documento registrado em cartório, a empresária confirma que a negociata não deu certo. O contrato acabou não saindo, mas as dívidas da empresa se multiplicaram. Incentivada pelo grupo a buscar dinheiro no mercado para montar a frota exigida pela montadora, Ana Aquino recorreu a agiotas. Para validar os empréstimos, ela afirma que apresentava um contrato assinado pelos integrantes da alta cúpula do governo e pelo funcionário da Renault, Julio Barrinuevo, que também teria recebido propina para facilitar o negócio com a montadora. O contrato não tinha validade jurídica e tampouco veracidade. “Só eu me dei mal” – concluiu.
"Pepe Richa recebeu R$ 500 mil. Fui eu quem sacou esse dinheiro"
As dívidas que foram acumuladas por Ana Cristina Aquino são, em boa parte, originárias do Paraná. Em conversas com a reportagem da revista ISTOÉ (que revelou o esquema), ela disse que montou a frota de caminhões para faturar um contrato com a Renault e que pagou R$ 500 mil para o irmão do governador Beto Richa (PSDB). Confira a seguir trechos da entrevista publicadas pela revista:
ISTOÉ – A senhora manteve negócios com integrantes da cúpula do governo do Paraná? 
Ana Cristina Aquino  O João Graça me chamou e disse que tinha um negócio para mim. Viajei até Londrina e, chegando lá, ouvi que havia um projeto grandioso com a empresa Renault. A proposta era que eu levasse a AG Log para o Paraná. João Graça disse que não tinha problema porque havia muitos políticos envolvidos nesse negócio.
"Para tratar sobre dinheiro, ela (Suzana Leite) falava: o boss  (Pepe Richa) pediu para você conseguir um agrado de tantos mil"
ISTOÉ – Mas quem eram esses políticos?
Ana – 
Uma semana depois, foi marcado meu encontro em Curitiba com o João Graça e com o Amaury Escudero. Tivemos uma reunião fechada para discutir esse contrato. Amaury se propôs a pressionar a Renault para colocar a AG Log no negócio. Ele disse que cobraria a conta de uma série de benefícios fiscais que o Estado teria dado à empresa, e que, se a montadora se negasse, ele teria como pressioná-los. Eu disse: e o que o senhor ganha comisso? Ele então explicou que teria 20% da empresa, mas que colocaria em nome do João Graça. Mas seriam 10% de um e 10% do outro. Depois dessa conversa houve mais uns três encontros e aí fui entendendo o negócio. Tinha muita gente do governo do Paraná envolvida. Posso dizer que o Pepe Richa (irmão do governador do Paraná) recebeu R$ 500 mil. Eu saquei esse dinheiro.
ISTOÉ – Recebeu da sua mão?
Ana –
 Não foi da minha mão, foi da mão da Suzana Leite. Ela é uma lobista, uma espécie de Marcos Valério.
ISTOÉ – A senhora tratou sobre esse assunto com o governador Beto Richa?
Ana –
 Cheguei a encontrar com o governador, mas não tratei nada com ele. Era só com o Pepe mesmo. A Suzana Leite chama o Pepe de "boss"Para tratar sobre dinheiro, ela falava: "O boss pediu para você conseguir um agrado de tantos mil".
Novas informações sobre o caso serão publicadas em breve. 

(*) Do Diário do Estado Com informações da ISTOÉ – Izabelle Torres 
Fonte: http://diariodoestado.com



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