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Artigo: Como ser feliz entre tanta violência

Artigo: Como ser feliz entre tanta violência

03/07/2013

A violência sempre existiu. Os tipos de violência mudaram e se adaptaram aos novos tempos. Antes, havia pessoas queimadas em fogueiras, crucificações, homens lançados aos leões, enforcamentos em praças públicas... Agora a violência aparece na forma de crucificação econômica do povo (salários baixos, etc.), queimação de inocentes dentro de carro e em ambiente profissional, disparo na cabeça de criança por que estava chorando quando viu a família sendo roubada, indivíduos ficam à mercê de meliantes nas ruas e a esperança de dias melhores é sufocada pelas más notícias do dia-a-dia! O acesso ao saber da violência evoluiu, portanto, é mais fácil e rápido saber o que acontece de ruim em todo o planeta, o acesso está na distância de um clique do aparelho eletrônico. O número de pessoas aumentou e consequentemente a concorrência, então, a violência aumentou, em proporção progressiva.

Às vezes a gente se pergunta, por que tanta violência? Fica meio difícil conviver com este estado de coisas pelo qual estamos passando, só o fato de a gente se indignar com a violência, já é um sinal que estamos evoluindo e este é um caminho natural que estamos trilhando, mas o que nós estamos fazendo para minimizar a violência? Será que no nosso dia a dia não somos coniventes e às vezes até praticantes da violência? Você já pensou na quantidade de pessoas vivendo na mais completa miséria; fome, frio, dormindo nas ruas, já pensou na quantidade de pessoas que perderam as suas vidas só neste ano. Por que o ser que se diz humano é capaz de exterminar seus semelhantes. Sinceramente eu acho que somente com a distribuição iguais de valores entre renda e educação diminuindo assim a diferença entre as classes sociais na pirâmide com uma eficaz fiscalização do poder público, estaremos evoluindo, e um dia não sei quando, chegaremos ao ponto de vivermos com mais segurança, mas isto ainda levara um tempinho, porém acreditemos nós chegaremos lá.

Me pego observando a correria das pessoas onde me incluo também. Há uma urgência e uma emergência de fazer mais, de ser ligeiro de fazer melhor... São muitas coisas para uma só. O presente vai ficando curto, pequeno, quase não se vê. O futuro é enorme, tudo em nome dele. Precisamos garantir o futuro. É quase como se estivéssemos atados, pois pensamos que descansar é para depois, gozar a vida é para depois, ser feliz... É para depois.

Esses dias fiquei sabendo de um conhecido, que sofreu um assalto, levou um tiro, sofreu risco de perder a vida, e ele só sabia trabalhar, mas  que felizmente sobreviveu sem sequelas; aí as perguntas começaram a aparecer:- Pra que tanta luta?- Pra quê tanto esforço? Quase a vida foi embora... - Será que é sempre necessário um acontecimento violento para repensar a vida? A morte de uma pessoa querida, aposentadoria, doença, perdas de um modo geral.

Será que dá para viver de outro maneira?

Será que é dançar, viajar, rezar, relaxar, conversar, ficar deitado na rede, mas se eu não trabalhar eu morro.

Se refletirmos sobre o que é a vida e olharmos como se ela fosse o bem mais precioso, certamente cuidaríamos de cada segundo como se fosse o último.No lugar em que vivemos a nirvana deixou de ser um sonho das pessoas para ser um anseio das massas. Todos querem ter um bem estar da mesma maneira. Queremos estar convencidos que não há prazer sem carros caros, um apartamento cheio de eletrodomésticos, de móveis de estilo, de livros modernos, quadros antigos, roupas e calçados de marcas de grife. Quanto a boas maneiras, descanso, civilidade, educação ou cultura, tudo isso é secundário.

O que é preciso é ter posse. E como nem todos o podem ter para se fazerem passar por aquilo que não são daí a "infelicidade" de muitos. Uma infelicidade que gera invejas, revoltas e que, infelizmente, estão transformando a sociedade num covil de criminosos, falsários, egoístas.

Para diminuir a violência já não aceitamos mais as teorias das promessas de campanhas de políticos, as demagogias, os discursos distanciados da ação, precisa-se de atos concretos de todos nós, articulados através da mobilização da sociedade como um todo. Para erradicarmos a violência, precisamos conhecer as leis de causa e efeito. Saber o que se esconde ideologicamente por detrás de tudo isto. Somente assim encontraremos a felicidade.


ISRAEL BRITO, Investigador de Polícia no Paraná, Graduado em Geografia e Pós-Graduado em Gestão Ambiental.

www.jtribunapopular.com.br

 

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