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Artigo: Manual de sobrevivência na selva de pedras

Artigo: Manual de sobrevivência na selva de pedras

28/06/2013

Diariamente convivemos com manchetes do tipo: “Filho espanca mãe até a morte”, “Cobrador de ônibus é morto por assaltante”, “Adolescente estupra criança”...

Mas como nos proteger desta violência sem fim? Consultando doutrinas sobre o tema, achamos uma “excelente” contribuição que retrata o Caos Social que vivemos.

O autor deste “Receituário de Sobrevivência” é León Eliachar, nascido no Egito, mas que logo cedo veio para o Brasil e se consagrou como um jornalista com pitadas de humor em seus textos.

Eis o “Receituário” com 10 mandamentos:

  1. “Não sair de casa;
  2. Não ficar em casa;
  3. Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;
  4. Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé, nem de carro;
  5. Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar;
  6. Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução;
  7. Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona;
  8. Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho, nem acompanhado;
  9. Se ficar em casa ou acompanhado, não deixar a porta aberta, nem fechada; e

10. Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião”.

Este texto foi escrito na romântica (mas já violenta) década de 70 e retratava o Caos da Insegurança Pública que vivíamos. Imaginem se León Eliachar tivesse escrito estes mandamentos nos dias de hoje? Seriam quantos mandamentos?  20, 50, 100?

“Atualizando” estes mandamentos, o cronista Carlos Heitor Cony, em 1999, criou o 11º: “não amar a mulher do próximo; nem a própria”. Este vale para os covardes violentadores de mulheres. Parece que temos que abdicar das nossas vidas para não sermos vítimas desta violência descontrolada.

Hoje em dia se mata por nada, assalta por nada, estupra por nada. Estes são os Seres Inumanos que a própria sociedade criou.
É uma lógica cruel, depravada e irracional, a cara do Brasil. Não é nada apocalíptico dizermos que considerando a atual (In)Segurança Pública, a vítima é a principal culpada da violência, e esta culpa reside num simples fato: ela existe. O que quero dizer é que somos vitimados pelo simples fato de existirmos, logo, se não existíssemos, não haveria violência.

Este Delegado de Polícia sugere o 12º mandamento para não ser vítima da violência: “não nascer; se nascer, não viver”. Este é o retrato da violência. À exemplo das inúmeras manifestações que estão ocorrendo pelo Brasil afora, é animador vermos que ainda temos uma juventude inquieta, barulhenta e briguenta, que luta por um país melhor. Menos mal.

Matheus Araujo Laiola, Delegado da Delegacia do Adolescente de Foz do Iguaçu, ex-Delegado no Estado de Minas Gerais, Pós-graduado em Direito Constitucional, em Segurança Pública, em Gestão Pública, e Pós-Graduando em Investigação Criminal e Psicologia Forense.

www.jtribunapopular.com.br

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