Apresentou-se na Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu na última terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014, Willian Siqueira Machado, acusado de haver assassinado a tiros a vítima José Marcelino de Melo, no dia 20 de Fevereiro deste mês. O crime ocorreu no bairro Curitibano III, em Foz do Iguaçu.
Desde o início das investigações, os policiais civis da DH já haviam identificado “Willian” como o principal suspeito do crime, e o Delegado Marcos Araguari aguardava a sua apresentação após uma solicitação do advogado do indiciado.
Na Delegacia, ao ser interrogado, “Willian” admitiu a prática do homicídio e contou aos policiais que vinha sendo cobrado pela vítima José Marcelino, que era credor de uma dívida de R$2.000,00. Segundo o indiciado, eram pagos valores mensais com um juro de 15% ao mês para a vítima. No entanto, seis meses antes do crime, a vítima teria deixado a cidade, sem dar notícias de seu paradeiro ao devedor, motivo pelo qual, nesse período, o indiciado teria deixado de pagar as parcelas.
No início do mês de janeiro deste ano, ou seja, cerca de 40 dias antes do crime, ainda segundo “Willian”, a vítima teria procurado pelo devedor no local de trabalho deste, cobrando agora um valor de R$35.000,00, uma vez que José Marcelino afirmava que o indiciado nunca teria pago nenhuma parcela da dívida. A ausência de recibos e de comprovantes da dívida gerou um impasse, que teria desembocado na exigência, por parte da vítima, da troca de um veículo GM / Montana de propriedade desta por uma motocicleta e outro veículo KIA / Cerato, de maior valor, estes últimos de propriedade do indiciado.
A troca foi feita, ficando, de acordo com “Willian”, acertado que os veículos seriam restituídos após a quitação da dívida. No entanto, na manhã do dia do crime, José Marcelino foi ao encontro do indiciado exigindo que o mesmo pagasse o conserto de uma chave do veículo KIA / Cerato, no valor de R$350.00, além de mais uma quantia de R$6.000,00 no prazo de trinta dias. Na parte da tarde, vítima e indiciado se encontraram novamente, agora na casa daquela, quando então “Willian” referiu que não poderia cumprir com a exigência. Nesse momento, José Marcelino teria sacado uma arma e tentado entrar no veículo GM / Montana, que fora repassado à vítima por ocasião da troca. Reagindo à atitude de José Marcelino, “Willian” afirma ter tomado a arma do mesmo e efetuado um disparo, que acredita ter acertado na região da boca da vítima. Ato contínuo, outro disparo foi feito, tendo o indiciado narrado que o mesmo possa ter acertado o peito da vítima. Após o crime, o indiciado foi para sua casa, tendo jogado a arma num bosque atrás de sua residência.
O Delegado Marcos Araguari não acredita na tese da legítima defesa, embora considere que a história contada pelo indiciado seja, em parte, verídica, principalmente no que tange ao motivo do crime.
A arma de fogo utilizada no homicídio, foi entregue na DH pelo indiciado, na presença de uma advogado, tratando-se de um revólver calibre .38, com duas munições deflagradas e três intactas.
Segundo informação oficial da DH, são aguardados os laudos periciais atinentes ao caso, a fim de que se confirme ou afaste a hipótese de legítima defesa. “Somente os laudos periciais, principalmente o necroscópico, confirmarão a possibilidade da existência de uma reação do indiciado compatível com a tese da legítima defesa. Mas, já neste início das investigações, parece fantasiosa a história contada pelo indiciado, pois o procedimento de tomar uma arma de uma pessoa, durante uma discussão, é muito improvável. Por outro lado, se arma foi arrebatada pelo indiciado, durante a discussão, já não havia mais perigo para o mesmo, o que faz deixar de existir a legítima defesa”, concluiu Araguari.
Fotos: Delegacia de Homicídios
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