Na infância, quem nunca brincou de “polícia e ladrão, médico, professor...”? Algumas crianças apenas “fizeram de conta” que eram policiais; outras fizeram dessa brincadeira uma profissão, um ideal. É o caso de Delegados de Polícia (na maioria vocacionados).
Segundo o Dicionário Michaelis, “Delegado de Polícia é o profissional da polícia responsável por investigar e reprimir crimes”. Porém, numa análise macro, é muito mais do que essas poucas palavras. Diversamente da Polícia Militar, que é a Polícia responsável por prevenir que um crime aconteça, a Polícia Civil é a responsável por investigar um crime já praticado.
O Delegado de Polícia é o chefe de uma Delegacia, responsável por presidir as investigações criminais. Além de investigar, ele é o gestor de toda a estrutura da Unidade Policial. Para se ingressar na Polícia Civil, obrigatoriamente é necessário ser aprovado em concurso público. No caso de Delegado, em qualquer Estado no Brasil é necessário ser Bacharel em Direito, sendo assim considerada uma carreira jurídica, juntamente com Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Procurador do Estado e Defensor Público.
A característica indispensável para ser um Delegado de Polícia é saber agir com bom senso. Isso é essencial. Além do bom senso, necessário se faz ter um vasto conhecimento jurídico e ter o ideal de servir a sociedade. Não é por acaso que o lema da Polícia Civil do Paraná é “Servir e Proteger”.
Num passado não muito distante, quando se falava em Delegado de Polícia vinha na mente da população aquela figura folclórica, de uma pessoa sem cultura, mal vestido, com a camisa aberta, armamento ostensivo (à mostra) e mal educado. Hoje a realidade é outra. Para se ter uma idéia, no concurso para Delegado de Polícia no Paraná que está sendo realizado (a primeira fase foi realizada no último domingo- 04/05/2013), a concorrência foi de aproximadamente de 700 candidatos por vaga, maior que qualquer vestibular no Brasil.
A estabilidade oferecida em razão de um cargo público é importante, porém, o que mais fascina na profissão é a capacidade que ela nos dá de ajudar as pessoas, como, por exemplo, recuperando um produto furtado, prendendo um homicida, enfim, servir a sociedade. É certo que a principal característica da profissão é a falta de monotonia.
A condução de uma investigação é a função mais dinâmica, exigindo perspicácia (o chamado tirocínio policial, daí a razão do Investigador de Polícia ser chamado de Tira) e a utilização de técnicas de investigação. Talvez a situação mais gratificante do trabalho policial é quando, ao solucionar determinado problema de um cidadão, este, com toda a gratidão, diz “obrigado e que Deus te abençoe”.
E é por tudo isso que várias carreiras também querem ter o poder de investigação, à exemplo dos Promotores de Justiça.
Artigo escrito por Matheus Araujo Laiola, Delegado da Delegacia do Adolescente de Foz do Iguaçu, ex-Delegado no Estado de Minas Gerais, Pós-graduado em Direito Constitucional, em Segurança Pública, em Gestão Pública, e Pós-Graduando em Investigação Criminal e Psicologia Forense.
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