A Polícia Civil do Paraná (PCPR) homenageou o policial veterano, Deonysio Lins, 96, e outros 184 servidores durante evento comemorativo aos 166 anos da instituição, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em Curitiba, nesta segunda-feira (30).
Lins ingressou em 28 de abril de 1955 como motorista e se aposentou em 25 de maio de 1988 como agente de segurança. Atualmente, o policial veterano mora em Curitiba com a esposa.
Das mãos do governador Carlos Massa Ratinho Junior, Lins recebeu a placa em homenagem a trajetória dele na instituição. “Estou muito satisfeito de receber essa homenagem. Eu entrei na polícia e costumava ir em locais de pessoas mortas, de arrombamentos para atender. A Polícia Civil é a minha segunda casa, sempre fui bem atendido por todos”, declarou emocionado.
O delegado-geral, Silvio Jacob Rockembach, reforçou a necessidade de valorização dos servidores da ativa e de veteranos. Durante o evento comemorativo o delegado-geral afirmou que mesmo diante de críticas os policiais civis paranaenses estarão prontos para servir e se dedicar ao trabalho de proteger a população.
O filho de Lins, Iterlei Liss, 60, que também é policial veterano da PCPR, contou melhor a história familiar com o órgão. Iterlei lembra de ir “à polícia” quando ainda era criança com o pai. “Ele trabalhava no Instituto de Polícia Técnica, já extinta, que ficava na Avenida Sete de Setembro. Fiz o concurso em 1982 e o meu pai ainda estava na ativa quando ingressei”, falou.
Enquanto Iterlei transitou por diversas delegacias da Capital exercendo o cargo de investigador, Lins sempre esteve voltado à perícia criminal, embora esta tarefa tenha sido desmembrada ao longo da história com a criação do Instituto de Criminalística.
“O meu pai é um exemplo de vida. Sempre foi muito dedicado para a família, filhos. Sempre trabalhou para o Instituto de Polícia Técnica prestando atendimento a casos de arrombamento a residências, acidentes e ocorrências com morte”, contou Iterlei.
MEDALHAS - Como Lins, que prestou serviços por 33 anos à PCPR, outros servidores da ativa foram homenageados. A seleção dos policiais civis que receberam medalhas de serviço policial envolve três requisitos: prestação de bons serviços ao organismo policial, à ordem pública e à coletividade policial; não ter punição disciplinar ou criminal em sentença transitada em julgado; tempo exigido de efetivo serviço policial correspondente à categoria.
A medalha de serviço policial está prevista no Capítulo 2 do Estatuto da PCPR e tem o objetivo de premiar os servidores policiais civis pela competência. A medalha de bronze é concedida ao policial civil que completou 10 anos; a de prata ao servidor com 20 anos de serviço e de ouro, ao servidor que completar 30 anos de carreira.
Outros 192 policiais civis do interior do Paraná também receberão as medalhas de serviço policial em solenidades nas demais cidades do Estado, com a datas a serem definidas a partir de outubro.
O deputado estadual, Rubens Recalcatti, enalteceu o trabalho policial da qual faz parte. Hoje licenciado para o Legislativo, Recalcatti destacou a história de sucesso da PCPR. “Hoje temos o apoio de um governador, de um secretário, que abraça a nossa causa e por esse motivo vou muito mais em frente na defesa de vocês no parlamento”, disse.
HISTÓRIA - Do século 19 para cá, a PCPR soma diversas conquistas: autonomia, profissionalização e eficiência na prestação de serviços à população. A missão da PCPR atual é conduzir investigações criminais com eficiência e exercer as atribuições de polícia judiciária e administrativa do Estado do Paraná, contribuindo para a paz social e promoção da cidadania.
A instituição foi criada em 28 de setembro de 1853, no mesmo ano da emancipação do Estado, através do decreto nº 1.237, pelo imperador Dom Pedro II. Foi ele quem determinou que o chefe de polícia da Província do Paraná fosse especial, não mais acumulando o cargo de juiz de direito.
Com a criação do cargo de chefe de polícia do Paraná iniciou a história da PCPR, que foi reconhecido através do decreto estadual nº 3.999 de 12 de setembro de 1994.
A criação da polícia de carreira no Paraná surge em 1922 com a lei nº 3.052. A emenda constitucional nº 3 de 1971 fixou a organização da Polícia Civil com carreiras funcionais, criando o Conselho da Polícia Civil e determinando a carreira de delegado de polícia por bacharel em Direito, aprovado em concurso público.
O primeiro Estatuto da Polícia Civil do Paraná foi estabelecido em 14 de maio de 1974 através da lei complementar nº 3. O documento trouxe a organização da instituição, incumbida da segurança e a manutenção da ordem pública e o exercício da polícia judiciária em todo território estadual. O artigo 89 também criou a medalha tiradentes e a medalha de serviços relevantes.
O segundo estatuto, estabelecido através da lei complementar nº 14 em 1982, mudou a denominação do órgão para Departamento da Polícia Civil, mantida a subordinação à Secretaria de Estado da Segurança Pública. O primeiro chefe de Polícia do Paraná foi o bacharel Antonio Manoel Fernandes Júnior.