Além das delegacias de polícia sucateadas e do excesso de contingente populacional nas carceragens, os policiais enfrentam mais um grave problema: a defasagem do número de viaturas. Com o cancelamento dos contratos das empresas de locação de veículos Cotrans e Ouro Verde, o governo, sob a alegação de corte de despesas, prejudicou o efetivo trabalho de investigação. Sem os veículos, os policiais permanecem "reféns" da falta de mobilidade veicular e restritos às ações internas às delegacias de polícia, inclusive dentro do permanente exercício de desvio de função ao atuarem, por inúmeras vezes, como autênticos carcereiros e guardiões de presos provisórios e definitivos, infligindo preceitos legais.
Devido ao corte contratual para o aluguel dos carros, hoje a Polícia Civil conta com menos 204 viaturas à disposição da corporação e dos policiais. Cento e quatro viaturas alugadas da companhia Ouro Verde deixaram de compor a frota da PC e outros 100 automóveis, pertencentes à empresa Cotrans, não assistem mais os policiais em trabalhos investigativos.
O resultado deste desmerecimento e omissão governamental à instituição Polícia Civil recai, mais uma vez, sob os cansados ombros da população, que assiste a precarização da Policia Civil, com a falta de investimentos estruturais e valorização profissional.
O governo alega, em contrapartida, a entrega de 98 caminhonetes Duster para auxiliar o trabalho da PC. Uma troca, convenhamos, pouco justa e sensata, uma vez que foram removidos outros 204 veículos funcionais que poderiam, com certeza absoluta, ajudar muito no trabalho de investigação criminal. Sem falar que os veículos entregues são todos caracterizados, impedindo e impossibilitando o trabalho de investigação dos policiais.
Com essa postura de indiferença, o estado desqualifica o programa Paraná Seguro ao recuar em investimentos e retirar, de certo modo, a força operacional dos policiais, prejudicando a mobilidade em ações de caráter investigatório.
Sinclapol.