O SIPOL PARANÁ, protocolou nesta sexta-feira, 18.03.2016, ofício ao Sr. Governador do Paraná, reiterando o pedido de aquisição de coletes balísticos para substituir os vencidos que estão em carga com os Investigadores de Polícia.
Vale lembrar, nobre investigador, que a conquista do direito ao fornecimento de coletes, equipamento essencial para a segurança da atividade policial, foi através de derramamento de sangue, quando nos idos de setembro de 1995, o Investigador Wancler Bona tombou no combate ao crime. A época, o Investigador Wancler e sua equipe, investigava uma quadrilha que vinham praticando assaltos a bancos, especialmente nas agências da Caixa Econômica Federal. Em um desses assaltos, mais precisamente no dia 29 de setembro de 1995, às 11 horas na Avenida Afonso Camargo, a equipe “C” da Delegacia de Furtos e Roubos, comandada pelo referido policial se deparou com a quadrilha em fuga, ocorrendo uma violenta troca de tiros, resultando graves ferimentos a bala no tórax do policial Wancler, ocasionando seu óbito. Vale lembrar que a Polícia Civil do Estado do Paraná, à época, não fornecia esse equipamento para o Investigador.
No ano seguinte (1996), também numa operação policial para prender assaltantes, o investigador Moacir Nogueira, também lotado na Delegacia de Furtos e Roubos, juntamente com outros membros de sua equipe foram recebidos a bala por assaltantes que se encontravam em uma casa ás margens da BR 116, onde hoje se localiza o Hotel Dunamys, quando tal incidente ocasionou a sua morte.
Após o sepultamento de Moacir, investigadores fizeram manifestação pedindo o fornecimento desse equipamento.
Meses depois o Governo passou a fornecer coletes balísticos aos Investigadores, escrivães e delegados de Polícia.
Importante afirmar que foi com derramamento de sangue de dois bravos investigadores que todas as categorias que compõem a quadro funcional da Polícia civil do Estado do Paraná, conseguiram o direito ao fornecimento desse importante equipamento, obrigatório para uso nas atividades policiais.
Passados vinte anos desses trágicos acontecimentos, o Estado torna-se negligente em permitir que os policiais do Estado continuem a utilizar esses equipamentos sem condições adequadas de uso, ou seja, fora do prazo de validade estipulados pelos fabricantes com seus parâmetros técnicos e fiscalizadas pelos órgãos estatais competentes.
O SIPOL, como entidade atuante na defesa da categoria, continua atento a essa demanda para que o Governo do Estado faça a aquisição, o mais breve possível, desse equipamento, para que o investigador possa desenvolver sua atividade policial com a certeza que o equipamento que utiliza está em condições de protegê-lo.
Não é admissível nos dias atuais que o trabalhador de qualquer atividade laboral, esteja utilizando equipamentos inadequados. Não podemos dar aquilo que não temos, é preciso que o agente público, operador da segurança pública, primeiro se proteja para após poder proteger toda a sociedade.
SIPOL/PR